Notícias
Chegar
Ver
Fazer
Lendas e estórias
LENDA DA IMAGEM DE SÃO PEDRO
Reza a lenda que, há muito tempo, um pastor que andava a pastorear o seu gado nas proximidades do Ribeiro da Quebrada, por cima da Capela de São Pedro, foi beber água a uma nascente que ali havia e encontrou a imagem de São Pedro. Foi imediatamente dar a notícia às autoridades, tendo sido a imagem levada em procissão para a Igreja Matriz. No entanto, como que por milagre, a imagem voltou a aparecer no mesmo Ribeiro. Decidiu-se então pela construção de uma Capela no local, em sua honra. De referir ainda que algumas vezes a imagem aparecia de costas para a porta e noutras ocasiões, de costas para o altar.
LENDA DO PICO DE ANA FERREIRA
Conta-se que Ana Ferreira era filha bastarda de D. João II e que fora enviada para o Porto Santo, tendo-lhe o rei atribuído o Pico onde se pastava o gado. Quando teve conhecimento de tal prenda, reclamou “Então fico com o pico para pastar gado?”; tendo alguém respondido “A senhora não recebe apenas o pico e as pastagens, recebe as terras de lavoura, regadas pela água da chuva”, já que daquele pico se obtinham cereais e uvas para a população.
LENDA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA
Certo dia, uma imagem de Nossa Senhora foi achada, metida numa rocha, perto do lugar das Casinhas. Tentaram várias vezes levá-la para a Igreja Matriz, mas, no dia seguinte, a imagem reaparecia no local original. Iniciou-se então a construção de uma capela no local onde a imagem aparecia.
LENDA DO REI D. SEBASTIÃO
Diziam, antigamente, que o rei D. Sebastião iria aparecer numa quinta-feira e no dia de S. João. Nesse dia, a cidade do Funchal seria arrasada e a escada do Monte serviria de cais. Proferiam que ele apareceria numa linda praia (Porto Santo) e, nesse dia, as pessoas teriam de fugir sem olhar para trás, senão transformar-se-iam em pedras de mármore.
LENDA DOS BOIS
Passada de geração em geração, reza a lenda que avistados os barcos de piratas ao largo da ilha, a população decidiu encaminhar o gado para a praia e, ao anoitecer, amarraram archotes nos seus cornos, criando a ilusão de um grande número de habitantes. Perante tal, os piratas não ousaram invadir a ilha e zarparam.
OS PROFETAS
Em 1533, vivia no Porto Santo um homem de nome Fernando ou Fernão Nunes, que se fazia passar por profeta inspirado pelo Espírito Santo, o qual lhe guiava os passos e ditava as palavras, acompanhado da sua sobrinha, chamada Filipa Nunes, de 17 anos. Numa noite desceram dos montes até à vila, com uma campainha na mão. Reunida muita gente para saber o que se passava, Fernão Nunes apontava-lhes os pecados que haviam cometido, sendo por isso, facilmente acreditado, não só pelo povo ignorante, mas também por juízes, vereadores e principais homens da ilha. O povo, influenciado pelo falso profeta, dedicou-se em exclusivo à religião, rezando ferverosamente para remissão dos pecados, abandonando as terras e os animais, perdendo o seu meio de subsistência. Conhecidos na Ilha da Madeira tais factos anormais, chegou à Ilha do Porto Santo o corregedor João de Afonseca, acompanhado de dois escrivães, que prendeu os dois profetas enviando-os para a cadeia de Machico. Foram depois enviados para Évora, onde foram julgados, cuja sentença foi a de permanecerem na escadaria da porta da Sé de Évora, durante a celebração da missa, com um cartaz que dizia “Profeta do Porto Santo”. Desde então o título não caiu em desuso, sendo os Porto-santenses apelidados de “Os Profetas”.